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quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Descartada a suspeita de ebola no paciente no Rio de Janeiro.

Segundo infectologista da Fiocruz, ideal é fazer o monitoramento de passageiros que vêm de países africanos endêmicosInterior do veículo que transportou suspeito de ebola de Cascavél (PR) para o Rio de Janeiro nesta sexta (10)

Interior do veículo que transportou suspeito de ebola de Cascavél (PR) para o Rio de Janeiro nesta sexta (10) - Vanderlei Faria/Folhapress

Descartada a suspeita de ebola no paciente Souleymane Bah, 47 anos, internado no Rio de Janeiro, a experiência com o caso do africano deixa lições no combate à epidemia global. O infectologista José Cerbino Neto, vice-diretor do Instituto Evandro Chagas, no Rio de Janeiro, defendeu nesta terça-feira que passageiros provenientes de países endêmicos — Serra Leoa, Guiné e Libéria— sejam monitorados pela Vigilância Sanitária. 
"Pessoalmente, acho que a Vigilância deve acompanhar pessoas oriundas dessas áreas de transmissão. O ideal é que sejam identificadas e que a Vigilância possa monitorá-las, saber onde estão, caso apresentem algum sintoma. Isso é fundamental para o controle da epidemia, para evitar transmissão do vírus e fazer a contenção rapidamente caso apareça algum paciente sintomático", afirmou.
Cerbino Neto e a infectologista Marília Santini foram responsáveis pelo atendimento médico de Souleymane Bah no Instituto Evandro Chagas, da Fiocruz, onde o paciente estava internado sob suspeita de ter ebola desde sexta-feira. Nesta segunda-feira, o segundo exame para diagnóstico descartou o caso
Os médicos avaliaram que o atendimento aos protocolos de segurança no caso de Bah foi satisfatório, mas Cerbino Neto também destacou a importância de identificar cidades brasileiras para onde refugiados de países endêmicos costumam ir. "É importante mapear onde essas pessoas estão circulando", afirmou. 
Paciente — Souleymane Bah foi o primeiro paciente classificado como suspeito de ter ebola no Brasil. O africano viajou da Guiné em 18 de setembro e desembarcou em São Paulo no dia seguinte. Na última quinta-feira, procurou uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Cascavel, no Paraná, relatando ter tido febre nos dois dias anteriores. Por ter vindo de um país afetado pela epidemia de ebola e por apresentar um dos sintomas da infecção, foi considerado como suspeito de ter contraído o vírus e colocado em isolamento. Na sexta-feira, Bah foi transferido para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, onde passou por dois testes de diagnóstico de ebola. 
Mesmo com o descarte da suspeita de ebola, especialistas ainda investigam o estado de saúde do paciente no Instituto Evandro Chagas. Bah foi submetido a exames de sangue, tomografia e exames de imagem porque foi identificada uma "alteração" no seu hemograma, o que sugere a possibilidade de uma enfermidade. Os médicos preveem alta nos próximos dias. De acordo com os médicos, o africano pediu discrição porque teme sofrer preconceito no país após manifestações racistas e xenófobas em redes sociais.
Fonte:veja.abril.com.br
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